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Talentos do Bairro

O talento que vem dos bairros regressa ao palco da cidade

Os finalistas da segunda edição do Talentos do Bairro já estão escolhidos. A grande final acontece a 6 de dezembro, no Capitólio.


Publicado a 4 de Dezembro de 2025 às 09:57

O talento que vem dos bairros regressa ao palco da cidade

Um ano após a estreia, o Talentos do Bairro regressou a Lisboa com a mesma energia comunitária e ainda mais vontade de dar voz aos artistas dos bairros municipais da cidade. Lançada pela Gebalis em parceria com a Medialivre, a iniciativa voltou a mostrar que a criatividade floresce quando existe oportunidade e palco. Esta edição trouxe novas inscrições, maior diversidade artística e um envolvimento crescente dos moradores, reforçando o impacto que o projeto tem vindo a ganhar.

Os resultados da primeira edição abriram caminho a este regresso. Em 2024, o concurso mobilizou 135 participantes, alcançou mais de 2,5 milhões de pessoas em televisão e gerou 4,5 milhões de impressões digitais. Mas foram as histórias transformadoras de artistas como Inês Coito, Projeto Dança e Don Fran que inspiraram muitos dos candidatos deste ano. Esse efeito multiplicador levou a Gebalis a reforçar a iniciativa, agora com uma estrutura mais abrangente e quatro pré-eliminatórias distribuídas por diferentes zonas da cidade.

Um projeto que cresce com os bairros

Desde o lançamento, a Gebalis tem defendido que este concurso é mais do que um palco. É um espaço de reconhecimento, autoestima e pertença. Marlene Almeida, coordenadora do Departamento de Projetos de Intervenção Comunitária, sublinha que “o Talentos do Bairro é um espaço de expressão e reconhecimento que reforça a autoestima e os laços comunitários”. Destaca ainda o entusiasmo que esta segunda edição gerou entre os moradores, muitos deles presentes no público no ano passado e agora motivados a participar depois de sentirem a energia do Capitólio.

É fantástico ver a evolução de alguns artistas, ver que seguiram os conselhos e investiram neles próprios. E isso deixa-nos muito orgulhosos.

Essa evolução sente-se na maturidade artística de vários candidatos, algo que Miguel Silva Pereira, do Conselho de Administração da Gebalis, tem acompanhado de perto. Para o responsável, “é fantástico ver a evolução de alguns artistas, ver que seguiram os conselhos e investiram neles próprios. E isso deixa-nos muito orgulhosos.”

Entre os bairros representados – Boavista, Padre Cruz, Alta de Lisboa, Ameixoeira, Cabrinha, Alfinetes ou Bom Pastor, entre outros –, tornou-se evidente a diversidade cultural da cidade e a vontade de muitos moradores em mostrar talento sem receios ou barreiras. O objetivo da Gebalis mantém-se claro: abrir portas, criar pontes e dar voz a quem nem sempre a tem.

Quatro pré-eliminatórias, mais diversidade, mais palco

As pré-eliminatórias decorreram ao longo de novembro e confirmaram que, quando os bairros se unem, a cultura acontece. Cada sessão trouxe novas vozes, estilos e histórias, sempre perante plateias repletas de familiares, amigos e vizinhos.

No Bairro da Boavista, a primeira pré-eliminatória destacou a emoção de quatro artistas que garantiram lugar na final. A cantora de gospel Cláudia Amador assumiu que aquela conquista foi “uma sensação que não estava à espera”. Pandon, que levou o seu hip-hop ao palco, confessou que saiu “com uma sensação de euforia”, enquanto Miriam Tavares voltou a brilhar com a sua banda e Igor D’Araújo (Furakuza) reforçou a versatilidade que já o tornou uma referência no bairro.


Photo of Cláudia Amador

Cláudia Amador

Cantora de gospel que inspira através da música.


Photo of Pandon

Pandon

Rapper de 20 anos que transforma a energia do bairro em ritmo e identidade.


Photo of Miriam Tavares

Miriam Tavares

Artista que canta com alma e leveza, levando boa energia a cada atuação.


Photo of FuraKuza

FuraKuza

Figura pioneira do rap na Boavista, com mais de 50 temas originais.


Em Carnide, a música voltou a dominar. O rapper G-Cash não escondeu o orgulho por regressar ao concurso, agradecendo ao júri: “Obrigado mais uma vez, Gebalis.” A jovem Rafa levou o seu hip-hop afro e chegou à final “confiante e pronta para novas oportunidades”. Pipa, emocionada pela primeira experiência num palco daquela dimensão, afirmou que a participação “já vale por si”.


Photo of Rafa Moreira

Rafa Moreira

Jovem de 18 anos, do Padre Cruz, que usa as letras para mostrar o valor da sua comunidade.


Photo of G-CASH

G-CASH

Artista da Alta de Lisboa para quem a música é caminho, disciplina e terapia.


Photo of Pipa

Pipa

Intérprete que encontrou na música um espaço de expressão pessoal e coragem.


A terceira sessão, em Marvila, revelou o entusiasmo dos mais jovens e confirmou a diversidade artística da edição. Rafael Gonçalves, de 17 anos, garantiu estar “pronto para surpreender no Capitólio”. Nuno Veiga, ligado a ritmos afrobeat, defendeu a importância de iniciativas como esta para quem procura oportunidades reais, prometendo “trabalhar para abrir outras portas”. A pequena Maria Rangel, de nove anos, emocionou o público pela espontaneidade: “Achei que ia passar, mas não pensei que fosse ficar em terceiro.” Nesta sessão, Mikaella Andrade, da Gebalis, reforçou o impacto social do projeto e a partilha entre bairros, referindo que “o Talentos do Bairro promove laços entre as comunidades”.


Photo of Rafa G

Rafa G

Aos 17 anos, vive a música como refúgio e sonha com um futuro em palco.


Photo of Maria Rangel

Maria Rangel

A mais jovem finalista, decidida e sonhadora, com vontade de chegar mais longe na música.


Photo of Nuno Veiga

Nuno Veiga

Artista ligado ao rap e ao afrobeat, explorando raízes e novas sonoridades.


A última pré-eliminatória, novamente em Marvila, fechou o ciclo “com chave de ouro”, como resumiu Marlene Almeida, da Gebalis, acrescentando que “o talento está tantas vezes escondido e hoje foi um exemplo maravilhoso”. O júri teve novamente uma tarefa difícil, num final de tarde marcado pela emoção em palco e fora dele.

Entre os apurados, o cantor Rato Chinês descreveu o apoio da família como força essencial, enquanto Márcio Furtado, com experiência em teatro musical, viveu a classificação como “um sonho”. Madalena Coelho, jovem atleta com paixão pela música, chegou entre nervos e entusiasmo e já escolheu a canção da final. Rafaela Rolo, bailarina, destacou a coragem de regressar ao concurso, mostrando a determinação que a trouxe até aqui.


Photo of Rato Chinês

Rato Chinês

Cantor que regressa ao palco com maturidade e emoção fortalecidas pela família.


Photo of Madalena Coelho

Madalena Coelho

Jovem desportista com forte ligação à música e à expressão em palco.


Photo of Márcio Furtado

Márcio Furtado

Artista com experiência em teatro musical e coral, habituado a grandes palcos.


Photo of Rafaela Rolo

Rafaela Rolo

Bailarina determinada, que regressa ao concurso para perseguir o sonho.


Para Inês Coito, grande vencedora da primeira edição e atualmente jurada, esta sessão trouxe um desafio emocional, pois “havia pessoas que conhecia do ano passado e foi difícil avaliar”, mas também “uma experiência muito enriquecedora”.

Com estilos diferentes, percursos distintos e histórias que refletem a diversidade dos bairros municipais, os 14 finalistas dão rosto ao espírito desta segunda edição: talento, coragem e a vontade de representar a sua comunidade num dos palcos mais simbólicos da cidade.