Talentos do Bairro

Este site usa cookies para melhorar a navegação. Ao navegar no website concorda com o seu uso. Para saber mais leia a nossa Política de Cookies.

Talentos do Bairro

O Talentos do Bairro: real, valioso e com palco para crescer

Na primeira edição, o Talentos do Bairro mostrou que os bairros municipais de Lisboa não são apenas territórios de habitação, são também viveiros de arte, cultura e esperança. Em 2025, a aposta renova-se com mais ambição. Com as inscrições já abertas para a nova edição, o palco volta a erguer-se para receber novos sonhos


Publicado a 12 de Junho de 2025 às 09:40

O Talentos do Bairro: real, valioso e com palco para crescer

A alegria e o entusiasmo na final da 1ª edição do Talentos do Bairro, no Capitólio, em Lisboa, no ano passado

Mais do que um concurso, o Talentos do Bairro rapidamente se afirmou como uma verdadeira celebração da criatividade e da identidade cultural dos bairros municipais de Lisboa. Lançado pela Gebalis em parceria com a Medialivre, o projeto nasceu com um propósito claro: dar palco ao talento muitas vezes invisível que vive nas comunidades locais.

A primeira edição, em 2024, superou todas as expectativas. Com dezenas de candidatos e centenas de moradores mobilizados, revelou histórias que comoveram o público e deram visibilidade a artistas com percursos únicos. Foi o caso de Inês Coito, a vencedora, que conquistou o júri com a sua voz profunda e interpretativa; do rapper Francisco Jesus, conhecido como Don Fran, que prepara agora o seu primeiro álbum de originais; e ainda do grupo Projeto Dança, que ficou em segundo lugar com uma performance coreográfica de grande impacto, coordenada pela professora Ana Rodrigues. O evento abrangeu toda a cidade e, acima de tudo, elevou o orgulho de pertença nos bairros participantes.

Agora, com a segunda edição quase a arrancar, o Talentos do Bairro regressa com novas ambições, novas etapas e a mesma missão de sempre: mostrar que o talento não escolhe morada. Na abertura desta nova fase, ouvimos Fernando Angleu, presidente do conselho de administração da Gebalis, que nos fala sobre o impacto do projeto, as novidades que estão por vir e a importância de continuar a dar voz às comunidades.

Fernando Angleu, presidente do conselho de administração da Gebalis
Fernando Angleu, presidente do conselho de administração da Gebalis

Fernando Angleu, presidente do conselho de administração da Gebalis

O que representa, para a Gebalis, o arranque da segunda edição do Talentos do Bairro?

O início da segunda edição do Talentos do Bairro representa, para a Gebalis, a consolidação de um projeto transformador que vai muito além de um concurso de talentos. É um momento de afirmação do potencial criativo existente nos bairros municipais e da nossa missão de o valorizar. Esta nova fase simboliza também a continuidade de um compromisso com a inclusão, a coesão social e a promoção da autoestima nas comunidades que servimos.

Que balanço faz da primeira edição e de que forma esses resultados influenciaram a preparação desta nova fase?

O balanço da primeira edição foi extremamente positivo. Contámos com uma adesão surpreendente, não só em número de participantes, mas também em qualidade artística, envolvimento comunitário e entusiasmo coletivo. Foi um verdadeiro movimento cultural e comunitário proveniente dos bairros. Esses resultados serviram de inspiração e de base concreta para aperfeiçoarmos esta segunda edição.

O Talentos do Bairro contribui para uma nova imagem — mais justa, mais positiva, mais real — dos nossos bairros.

Houve alguma aprendizagem específica da edição anterior que tenha sido incorporada nesta nova?

Sim, sem dúvida. Uma das grandes aprendizagens foi a importância de um acompanhamento mais contínuo aos participantes, durante e após as apresentações. Também queremos melhorar a divulgação nos bairros e por esse motivo diversificámos os canais de comunicação com as comunidades, para que o número potencial de candidatos seja o mais abrangente possível.

Quais são as expectativas em termos de impacto social e comunitário com esta nova edição?

Esperamos reforçar ainda mais o sentimento de pertença, empoderar os jovens talentos e contribuir para a criação de redes de solidariedade e cooperação dentro e entre os bairros. O Talentos do Bairro tem um enorme potencial enquanto catalisador de autoestima coletiva, e queremos que cada participante sinta que o seu talento é uma ferramenta de mudança — para si e para a sua comunidade.

Que tipo de talentos espera ver emergir desta vez? A aposta continua nas mesmas áreas artísticas?

Mantemos a aposta nas áreas artísticas com maior expressão, música, dança e artes performativas, mas estamos também abertos a novas formas de expressão. Sabemos que o talento não se encaixa em categorias rígidas e, por isso, gostávamos de ver surgir propostas originais. A criatividade dos bairros é imensa e surpreendente. Estamos prontos para acolher essa diversidade.

Como está a ser preparada a articulação com os bairros participantes e as comunidades locais?

Temos uma equipa dedicada no terreno, em articulação com as gestões locais da Gebalis, associações, e outros agentes comunitários. Apostamos numa escuta ativa e num trabalho próximo. A ideia é que cada bairro sinta este projeto como seu e que isso se reflita na participação e no entusiasmo dos moradores.

Além disso, contamos com os participantes da primeira edição, que são os melhores promotores desta iniciativa e terão um papel fundamental na mobilização e divulgação junto das suas comunidades.

Acredita que o concurso Talentos do Bairro já está a criar uma mudança na forma como os bairros municipais são vistos na cidade?

Acredito que sim. Que, conjuntamente com muitas outras iniciativas da Gebalis e não só, esse resultado tem sido concretizado, e essa é uma das maiores vitórias do projeto. Estamos a expor uma narrativa que é real e positiva, a mostrar que os bairros municipais não são apenas espaços de habitação, mas também de criação, cultura e inovação. O Talentos do Bairro contribui para uma nova imagem — mais justa, mais positiva, mais real — dos nossos bairros, e isso é fundamental para combater estigmas e preconceitos.

Queremos que cada participante sinta que o seu talento é uma ferramenta de mudança, para si e para a sua comunidade.

Que papel desempenham parceiros como a Medialivre nesta continuidade?

Parceiros como a Medialivre são absolutamente essenciais. Trazem uma experiência técnica, uma sensibilidade artística e uma capacidade de mobilização fundamentais para o sucesso do projeto. São eles que ajudam a garantir a qualidade e a visibilidade do concurso, aspetos essenciais para os resultados pretendidos. Esta continuidade não seria possível sem um trabalho conjunto sólido e comprometido.

A Câmara Municipal de Lisboa já confirmou o apoio para esta edição. Como descreve a importância desse suporte institucional?

O apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC – Lisboa Cultura é estratégico e muito bem-vindo. Demonstra um alinhamento institucional com os valores do projeto e um reconhecimento da importância da cultura enquanto motor de transformação social. Esse suporte permite-nos ampliar o alcance da iniciativa, dar-lhe maior sustentabilidade e reforçar a sua legitimidade junto da cidade. Agradecemos ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, pelo seu apoio contínuo a iniciativas que promovem a coesão social e o desenvolvimento das comunidades, particularmente a este projeto.

Pode revelar algumas novidades que estão previstas para esta nova edição?

Este ano teremos cinco pré-eliminatórias, face às quatro da primeira edição. É uma aposta clara no alargamento da participação e no envolvimento de mais talentos. E quanto à final no Capitólio a 6 de dezembro… prometemos um momento com ainda mais visibilidade, preparado para surpreender todos.

Uma mensagem para os jovens talentos que ponderam participar este ano: o que gostava de lhes dizer?

Gostava de lhes dizer que este é o momento. Que não há talento pequeno, nem sonho impossível. O Talentos do Bairro é uma oportunidade real de serem vistos, ouvidos e valorizados. Confiem no que têm para dar e não tenham medo de se mostrar. Os bairros precisam de vocês, e a cidade também. Inscrevam-se!